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27 de setembro de 2009

Enquanto Houver Força

Se eu tiver que sofrer, sofrerei em versos;
não mais calarei a minha dor.
Se tiver que amar em silêncio...
recuso-me;
amarei em estrofes.
Tornarei conhecido, em tinta e papel,
este amor que me envolve... e me absorve.

Há tanta força neste amor que o faz absurdo!

Apressa-te, mão, vai deslizando sobre a folha,
vai correndo entre os versos;
destila gotas de paixão.
Dá livre curso ao meu peito
que já não suporta tanto aperto
de um amor em solidão.

Salta para fora do casulo,
deixa seu quarto escuro
antes que morra o meu coração.
Recita os desejos reprimidos,
respinga no papel todos os anos não vividos;
chora o silêncio da frustração.

Temo que a força deste amor me queime tanto por dentro,
que já não reste mais nada de mim.

Ó mão, vai riscando os meus murmúrios,
meus deslumbres e sussurros;
vai sangrando o meu afeto.
Vê se aplaca esta sede de amar insaciável,
esta falta de carinho...
E segura o meu amor enquanto houver força.


Bárbara Guedes

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